Prazer e culpa
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Sai de casa armado até
os dentes e atira nas crianças que correm em frente à sua casa, fazendo sua
cachorra latir. Vai à comunidade próxima da rua onde mora e com uma granada
explode o som de funk-pagode-forró nas alturas. Em seguida, metralha todos que
encontra pela frente. De repente, se vê num campo florido e o silêncio ecoa
dentro dele, sentindo um gozo profundo.
***
Ao ver o marido com o
rosto esboçando prazer, a mulher fica enciumada e o acorda braba.
- O que estava
sonhando?!
- Nada.
- Sei...
Ele fica com medo de
contar o sonho, pois o achariam um monstro. Logo, para amenizar a culpa, vai
até o armário e escolhe algumas roupas que não usa mais para doá-las. Assim,
sente-se um homem bom.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Microcontos fortes, e que impressionam.
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