Sensibilidade
* Por
Evelyne Furtado
Acusaram-me de ser
sensível em excesso. Confesso-me culpada. Exagero em algumas ocasiões. Por
vezes a culpa não é minha, os hormônios deixam meio louca uma mulher, então,
surto uns dias a cada mês.
Voltei a exagerar: não
chego a surtar. apenas fico ofendida com mais freqüência. Irrito-me com mais
facilidade. Esqueço onde guardei chaves ou outros objetos. Coisas assim.
Fora desse período
continuo sensível. Choro com extrema facilidade. Sou a própria manteiga
derretida. Acostumei-me a ver associada a mim a sensibilidade e se esta tem um
lado meio dramático e sofrido, tem também sua face positiva.
Leio bem nas
entrelinhas. Gosto de carinho. Perdôo com facilidade. Vejo o mundo ao meu redor
com mais tolerância e recebo o bem que me fazem com alegria, fazendo questão de
dizer ao benfeitor.
Meus sentidos são mais
alertas. Os cinco: tato, paladar, olfato, audição e visão. Juntos eles me
trazem o mundo. Juntos eu os recebo com o sexto sentido, aquele que mora em
minha alma e que me faz viver com intensidade as boas coisas da vida. Todas
elas!
* Poetisa
e cronista de Natal/RN
Voltaram as confissões levemente ocultas. A sua sensibilidade pode feri-la, Evelyne, porém, para quem a lê, é uma festa.
ResponderExcluir