Antigo e antiquado
* Por
Eduardo Oliveira Freire
O antigo é atemporal,
pode-se reviver em qualquer época, já o antiquado, não. O primeiro está ligado
com o lúdico e o lírico (quem nunca brincou de fazer sombras com as mãos,
usando a chama da vela, quando faltava luz?), enquanto o segundo é moda de uma
época (quem nunca se envergonhou de ver uma foto antiga, em que estava vestindo
uma roupa “cafona” ou corte de cabelo ridículo para os padrões de agora?).
Lógico, que existe a
subjetividade individual. Uns podem achar perda de tempo colecionar disco de
vinil, porém, para outros, é uma forma de se conectar com uma lembrança
perdida, revivendo um passado distante.
Por exemplo, quando
vou ao cinema, ainda sinto aquela expectativa de quando era menino. Não me
acostumei a assistir filmes em notebook, tablet e celular. Não sei, parece que
quebra a magia e tudo fica tão banal. Acontece a mesma coisa com os livros:
prefiro lê-los " fisicamente". Tenho a sensação de que compreendo
melhor.
Bem, como já disse
antes, cada um tem o seu jeito de interpretar o que é antigo e antiquado.
Entretanto, não se pode negar que essencialmente o antigo vive na gente,
inclusive nas obras de arte que são representadas em várias versões em épocas
diferentes. Observamos este fato através das peças de teatro, filmes e novelas
que sempre retomam um clássico da literatura, adaptando-as para os "dias
atuais".
O antiquado é
descartável, pois seu sucesso só faz parte de um tempo, tornando-se vazio de
significados no futuro.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Parece ser isso mesmo. A classificação de "antigo" aponta para imortalidade e "antiquado" diz que é coisa descartável. Acertou na mosca, Eduardo.
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