domingo, 12 de outubro de 2014

Lupicínio


* Por Emanuel Medeiros Vieira

Viva Lupícinio Rodrigues (1914-1974)!

Ele completaria 100 anos em 16 de setembro..

Foi autor de clássicos como “Esses Moços”, “Loucura”, “Nunca”, “Ela Disse-me Assim”, “Felicidade”, “Vingança”, “Volta”, “Se Acaso Você Chegasse”.

Transfigurou a “dor de cotovelo” em arte. Das mais belas.

O pesquisador Rodrigo Faour, autor do livro “História Sexual da MPB” (2006), afirma que “Lupícinio, ao lado de Herivelo Martins (1912-1992), foi um dos pioneiros, um dos fixadores do samba-canção na década de 1940”.

Complementa   Faour:   “E Com essas músicas machucadas de amor ele munia o repertório de Linda Batista, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Isaura Garcia, Orlando Silva – todos os grandes cantores de rádio gravaram muito o mestre Lupicínio”.

E não só eles, como lembra Chico Castro Jr.

Praticamente, todos os grandes nomes da MPB pós-bossa nova também gravaram Lupícinio: Paulinho da Viola (“Nervos de Aço”); Maria Bethânia (“Foi Assim, Loucura”), Gilberto Gil (“Esses Moços”), Gal Costa (“Volta”, “Loucura”), Elis Regina “Cadeira Vazia”), Caetano Veloso (“Felicidade”).

Até mesmo o vanguardista Arrigo Barnabé, rendeu-se ao gênio de Lupícinio – como lembra um pesquisador –, ao elaborar o show “Caixa de Ódio” (2011).

Como assinala Chico Castro Jr., na sua Porto Alegre natal, de onde pouco saiu em vida, Lupícinio deixou marcas profundas na cidade e em seu povo.

É dele o (belo) hino do Grêmio, seu time de coração.

Então, tio Lupi faria 100 anos.

Suas canções sentidas, passionais, fortes, ficarão para sempre.

Viva Lupícinio Rodrigues!

(E para comemorar, escuto “Felicidade”)

* Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava simpósios”, entre outros. 



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