Descompasso
* Por Samuel C. da Costa
Eu marcando passo
Em descompasso
Com o meu tempo
O tempo em que vivo
Embrenho-me na multidão amotinada!
Furiosa...
Disforme
Multiforme
Ergo no meu cartaz
Dou um grito de ordem
Enfrento a polícia
Na doce ilusão
De passar despercebido...
Do tempo em que vivo
Eu aqui levemente marcado
Dou um passo
Em descompasso
Com o meu tempo...
Embrenho-me mata tétrica adentro!
De concreto e aço
Quero ficar sozinho!
Com meus sentimentos estéreis
Descompassados
E eu aqui em descompasso
E a cada passo que dou!!!
Que dou em direção ao nada
Ao vazio...
Ao nada que a minha vida se tornou
Embrenho-me na multidão anônima
Amotinada!
Em fúria... Amorfa
Multiforme!
Ergo no meu cartaz
Dou um grito de ordem qualquer
Enfrento a polícia...
Na doce ilusão
Que passe desapercebo de todos
E de tudo
*
Poeta de Itajaí/SC
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