terça-feira, 7 de outubro de 2014

Imitação de vida

* Por Alberto Cohen

Quem prendeu os meus sonhos em coleiras,
como se fossem cães domesticados
que não pudessem nunca mais ser livres
e uivar para o céu na lua cheia?
Quem brincou de perder a ingenuidade
para depois buscá-la, inutilmente,
num olhar, num sorriso de criança,
num ato de bondade inexistente?
Quem fez de mim esta entidade à toa
que sufoca gemidos com poemas,
na ilusão de alcançar, tropegamente,
minha alma ferida que inda voa?

* Poeta e escritor paraense


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