Seca
* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral
Tempo de estiagem
mato seca no quintal.
Vento sacode mas
só levanta pó.
Peixe agoniza
nos filetes do
açude teimoso.
A menina suspira
pelo boiadeiro
que se foi na
última nuvem
de poeira.
Água...só dos
olhos dela.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Nascida e vivendo no sertão norte-mineiro, sei bem o que é a seca. Por aqui há 136 municípios em estado de emergência. Ficam meses sem chover, vem uma chuvarada, inunda em minutos, destrói e nunca mais chove. É a seca verde. Há vários anos que a distribuição das chuvas está assim. O Rio São Francisco, aqui do nosso lado (190 km), está sem navegação em vários pontos, devido ao assoreamento e falta de chuvas. Uma lástima. Belo poema, para ilustrar a dor do sertanejo, que é a nossa dor, ainda que urbanos.
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