Vasos
* Por
Marcelo Sguassábia
Um vaso e sua
flor-de-maio. A preferida do meu pai, por ser a favorita da minha avó, que
poderia ser também o xodó da mãe dela. Difícil saber de onde remonta essa
hegemonia botânica nos quintais da família. Vinga na sombra, no estio do
outono, com pouco se basta.
Hoje outras flores nos
vasos de bronze, sobre o granito marrom. Do pai, a cama permanente com vista
para a serra. Dentro, crisântemos. Fora, o choro que dá rega - de tanto e tão
sentido, sincero e derramado. Pai vaso eterno, de titânio. Recipiente e pilar
do mundo.
*
Marcelo Sguassábia é redator publicitário. Blogs: WWW.consoantesreticentes.blogspot.com (Crônicas e Contos) e WWW.letraeme.blogspot.com (portfólio).
Bela e emocionante homenagem em tom poético. Só a morte é eterna.
ResponderExcluir