sábado, 12 de abril de 2014

A ceia

* Por Antonio Sarmiento

A noite é agradável
 para prostrar-se na relva,
 e logo deitar-se com as estrelas
 sobre um leito seco de folhas da cerca.
 Eleanor estende os braços na terra úmida,
 quisera ser fruta ou rocha ávida
 saturá-las.
 De cócoras
 Ruth solta os cabelos
 frente ao rio
 e ahhh perdeu o apetite;
 (as formigas se aquecem à sombra
 de seus glúteos torrenciais)
 de soslaio Eleanor mira as formigas
 e se excita barbaramente,
 os pelos crispam
 e exala um débil queixume
 te amo, te amo.

 Sem sabê-lo
 o rio satiriza a face do céu, ali
 lia zig zag e excremento nas almas,
 um molusco emaranhado na lua,
 e as estrelas
 são frituras e há leite derramado nos seios,
 pequenos de uma virgem compungida.

 A ceia está servida.


* Poeta peruano

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