Éramos felizes e não sabíamos
* Por Roberto Corrêa
Não sei quem colocou em meu computador (possivelmente um dos meus
filhos), dezenas de fotografias de imagens belíssimas de viagens, encontros
familiares, sociais, etc. de maneira que elas aparecem, vez ou outra, quando o
PC não é totalmente desligado. Com esse retorno inesperado ao passado que tem
se repetido com alguma frequência, inúmeros e variados pensamentos, reflexões
etc. me têm ocorrido, de maneira que espontaneamente surgiu a frase acima: era
feliz e não sabia.
Sem querer, portanto, entra o Lula em nossa crônica quando no calor de
suas diversas campanhas alegou que o povo era feliz e não sabia. Aliás, o
doutor “honoris causae” de diversas faculdades e países tem “tiradas”
espetaculares, talvez já consignadas em livros como aquela outra de que o congresso
era composto de 350 picaretas. Pois é; no passado éramos mais jovens, a
disposição também sofria o impacto de maior jovialidade e o importante é
salientar que os tempos também eram outros.
O envoltório desses já saudosos tempos era bem mais suave e as maldades
que o envolvia mais admitidas ou toleradas e daí a explicação porque tudo seria
melhor. A dura realidade que nos cerca atualmente. com o agravamento de “todos
os piores”, implodiu com as revoltas populares (iniciadas com os centavos dos
aumentos das passagens de ônibus), não se solucionou com a estupenda visita do
Papa e assim continuamos num mato sem cachorro...
A relativa felicidade aqui na Terra só se consegue com espírito bem
formado e, uma vez que predomina a pobreza em largos traços, só os divinos dons
recebidos pelo Criador de Todas as Coisas, insertos no direito natural,
plenamente respeitado e buscado pela maioria, é que possibilitará a chance dela
ser alcançada.
Nós outros porém, da classe média espiritual, como salientei, temos de
orar muito, com o devido cuidado de não nos embairmos com a permanente
cantilena dos não crentes e afeiçoados às filosofias laicas e niilistas. Sendo
o período, portanto, de estagnação, só nos resta aguardar a evolução dos
acontecimentos com as preces engatilhadas no topo das nossas mentes, com
ansiosa expectativa de que a esperança do bom e do melhor serão nos concedidos
pela Divina Misericórdia.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou
como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos
da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos",
"Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem
Só.
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