Espionagem Internacional
*Por José Calvino
Nos anos 50, eu, o meu irmão Maviael (falecido) e Azambujanra, éramos
praticantes de telegrafia na então estação da Great Western. Aprendemos
telegrafia com o meu pai, que era chefe da referida Estação.
Quem foi profissional da arte da comunicação da velha telegrafia,
principalmente os que possuem o certificado de radiotelegrafista de 1ª Classe,
sabem dos Regulamentos de radiocomunicação internacional, assim como a
legislação nacional sobre os mesmos serviços, compreendendo regras aplicáveis à
permuta das comunicações, radioeletricidade, disposições sobre a segurança da
vida humana... Geografia geral, sobretudo das principais vias de comunicações
radiotelegráficas... O Governo impõe ao seu portador a obrigação de guardar o
sigilo das comunicações e de cumprir fielmente as determinações regulamentares
em vigor e as da legislação radiotelegráfica internacional.
Eu e Azambujanra (um dos melhores radiotelegrafistas do mundo) somos
suspeitos em falar sobre radiotelegrafia, pois nós sentimos com a despedida do
invento, que ocorreu através da televisão. Foi um adeus pobre, frio e mais que
breve. O incrível computador disse ao Morse: “Vai-te embora, ninguém mais
precisa de ti. Fizeram-me tomar o teu lugar. Sou eu, agora, o mágico da
comunicação. Adeus e boa viagem”. Isso aconteceu à noite de 31 de dezembro de
1997, numa cena rápida (sic). Desde então, sempre nos comunicamos, como
sinônimos, através do código Morse em criptogramas e cifras.
Ultimamente há denúncias de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA
(NSA), monitorou, na última década, milhões de telefonemas e a correspondência
eletrônica de várias pessoas residentes ou em visita no País. Aqui no Brasil,
um tempo desses, utilizavam abusivamente comunicação telefônica dirigida a
terceiros. A meu ver, se continuam, isto tudo é um ato contrário aos direitos
humanos.
A perspicácia de Azambujanra sobre as denúncias de espionagem de
agências americanas a cidadãos e autoridades brasileiras é, como ele já
sugeriu, que decifrar uma mensagem não é tarefa fácil para quem não possua a
chave do código em que foi escrita. E para conhecimento dos leitores se
comunicamos dessa forma pela internet, será que o serviço secreto de espionagem
irá observar secretamente informações? Fica aqui a nossa sugestão para os
representantes dos ministérios da Justiça, da Defesa, das Relações Exteriores e
de Ciência e Tecnologia, além do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República.
Na foto o autor na Sala Telegráfica Corpo Santo (CS), ano/1964 (foto de
Alcindo de Souza).
*Formado em comunicações internacionais, escritor,
teatrólogo e poeta. Tem trabalhos publicados nos jornais e em vários sites...
Tem 12 títulos publicados, todas edições esgotadas.
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