segunda-feira, 11 de março de 2013


Brasil, o pé no caixão

* Por Talis Andrade

O Estatuto do idoso é letra morta. Começa pelo valor das pensões e aposentadorias.

Parece a Lei Áurea, que o Brasil ainda tem escravos. Parece o Estatuto da Criança e do Adolescente, quando o Brasil tem 500 mil crianças prostitutas. Parece a promessa de Lula da três/refeições dia, no dia da posse do primeiro mandato presidencial. É o Brasil encantado. De "castelos no ar". O Éden que a TV Globo apresenta todas as noites.

De acordo com o censo do IBGE de 2000, o Brasil tem 14,5 milhões de idosos, o que representa 9,1% da população. “Muitas vezes achamos que a exclusão social começa pela criança, mas somos uma sociedade que conseguiu - com o seu grau de desagregação - fazer isso também com o velho. O problema tende a se agravar por causa da maior participação desse grupo etário na sociedade e por ser uma parcela da população que entra numa fase de consumo de serviços (particularmente serviços de saúde) maior do que as outras faixas etárias. A questão do idoso deve ser tratada como uma causa social, o que vai além do assistencialismo. Deve ser interpretada também como um processo natural, de uma sociedade que tende a acumular uma população mais idosa, como simples resultado de suas ações de desenvolvimento”, afirmou Marcos Kisil, presidente do IDIS.

Sei que se escolhe os doentes pela idade e possibilidade de cura nas filas dos hospitais públicos. Como mostra o filme Testemunhas de uma Guerra. Basta ir a uma fila da Caixa Econômica ou do INSS para sentir na pele a via crucis dos velhos (60 anos, e sem direito à aposentadoria por velhice), dos idosos (65 anos), dos anciãos (mais de 70 anos). E tem político safado, f.d.p., que pretende aumentar a aposentadoria para os 70 anos.

Lá em Portugal, estão solicitando: "A todas as pessoas que, sempre que encontrem alguém numa situação de maior fragilidade, sinalizem".

No Brasil, reclamar para que autoridade?

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 13 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros à espera de edição.

2 comentários:

  1. É amigo Talis, eu te faço a mesma pergunta
    falta respeito...
    Abraços

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  2. Muitos velhos desassistidos e abandonados de forma vil. Com isso os impedem de ter um fim de vida digno. Começar a preparar os jovens para aceitar os velhos, é um começo. Sobre as questões financeiras, é lamentável, mas é uma chaga que sangra todos os dias em quem está doente e não tem a quem recorrer. Esse é o meu universo, e sei do que falo, depois de mais de 33 anos de Medicina e 57 anos de idade. Depois de 30 anos de contribuição, estou me aposentando, mas por ser o rendimento do INSS ridículo, é preciso continuar sem trégua, até o fim.

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