* Por Beto Almeida
Será que isto estaria se tornando uma tendência? Há alguns meses, quando cientistas iranianos foram assassinados em atentados que , segundo o noticiário da época, teriam sido organizados por comandos israelenses - os mesmos que assumem agora terem participado na eliminação de Yasser Arafat - num programa televisivo, Manhattan Conexion, também veiculado por empresa das Organizações Globo, comentaristas chegaram a defender que aqueles cientistas iranianos mereciam mesmo ser assassinados. Apologia do homicídio!
Tanto num caso, como em outro, Venezuela e Irã, são países com os quais o Brasil possui relações de amizade e cooperação, aliás crescentes, em benefício mútuo notório. Qual seria a reação do Itamaraty, do Governo Federal, caso emissoras de TV da Venezuela ou do Irã passassem a hostilizar autoridades brasileiras, e, chegassem a torcer pela reincidência do câncer em Dilma ou em Lula, e para que eles não resistissem? Ou se estas emissoras defendessem a morte de cientistas brasileiros, pois, como sabemos, o Brasil também possui - de modo soberano - seu próprio programa nuclear, como EUA, Rússia, China, Israel e Irã?
Pra que servem os meios de comunicação social, afinal de contas? Para hostilizar e desejar o pior, de modo incivilizado, embrutecido, desumano e antidemocrático, a personalidades de outros países, com o que se desrespeitam povos com os quais temos relações de cooperação e amizade? Será mesmo admissível que concessões de serviço público sejam utilizadas para insuflar, propagandear e celebrar o desejo de morte de seres humanos, simplesmente por não comungar de suas ideias? Esta prática não seria equiparável àquelas que Goebels denominava de “razões propagandísticas”, e que precederam os ataques nazistas a outros povos?
* Jornalista
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