As lições de Chávez 2
Por Beto
Almeida
Desde que
foi eleito em 1998, o presidente Hugo Chávez vem estimulando uma série de
debates, seja em razão das amplas transformações sociais que promove na
Venezuela, seja em razão do medo pânico que causa nos governos imperiais e nas
oligarquias de cada país, vassalas e zeladoras dos interesses deste
imperialismo em cada país.
Certamente,
sobre cada um destes aspectos é possível retirar profundas lições. No caso brasileiro, a mídia do capital que jamais se preocupou em oferecer um
mínimo de informação objetiva sobre as mudanças em curso na Venezuela, agora,
em razão do infortúnio da enfermidade de Chávez, esta mídia supera-se. Promove
uma comunicação necrológica, havendo inclusive comentarista de veículos das
Organizações Globo, que chega mesmo ao grotesco de torcer pela desaparição do
mandatário venezuelano.
Sobre isto devemos tirar lições, seja aquelas amargas, a partir do comportamento medieval da mídia empresarial sobre a trágica enfermidade de Chávez, enfermidade que, óbvio, pode alcançar a qualquer um de nós, mas também sobre o que este mandatário já realizou mudando a face de seu país e ajudando a mudar a face da América Latina.
Por um
lado, fica claro que para aqueles comentaristas globais, a ideologia está por
cima de qualquer conceito básico de humanidade ou solidariedade, que
sustentariam desejos de restabelecimento e de superação deste azar pessoal.
Mas, o que se observa é ainda mais grave: para além do desejo pessoal da morte
alheia, as concessões de serviço público de radiodifusão estão a ser utilizadas
para a propagação destes desejos mórbidos em grande escala de difusão, violando
a Constituição Brasileira, que, em seu artigo 221, estabelece como princípio a
ser observado, “o respeito aos valores éticos e sociais, da pessoa e da
família”, sem qualquer manifestação da autoridade responsável. É como se fosse
autorizado aos concessionários de serviços públicos de abastecimento de água,
distribuir água contaminada e suja à sociedade.
* Jornalista
É preciso que a humanidade seja pelo menos humana.
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