Arcanjo Miguel
Por Emanuel Medeiros Vieira
PARA O MEU IRMÃO E AMIGO CHICO
(E PARA OS MEUS AMIGOS)
São as asas que aspiro: cumpro-me, Arcanjo
Miguel.
És proteção.
Tua misericórdia – argila.
Guerreiro: nessas lidas,
nesta caminhada – breve sopro.
“São muitas a ciladas, Emanuel”, me advertes.
E como são tantas, Arcanjo!
(Perdoa a autopiedade.)
Anjo agregador, aplaca a ansiedade,
dissipa a névoa,
edifica a paz,
e não te esqueças de todos aqueles que não têm
voz,
os escondidos, os pobrezinhos, os não-célebres,
os humildes,
os tantos franciscos despojados.
Tanto me salvaste.
se não for pedir demais, continua a me salvar até
a hora de atravessar a ponte.
Não quero ser mero pedaço – fragmentos que nada
unificam,
Oferece a Luz da totalidade
(Pedi muito?)
Intercede, não permite que a vela se apague.
Assim sigo:
Blindai- me e aos que amo, meus irmãos, minhas
irmãs, os lucas, as clarices, as célias, meus amigos – e guardai os tantos que
já se foram.
És nossa couraça, Arcanjo.
Mede na ampulheta minha finitude: existirá o
tempo?
Serei – quero ser.
Sinto o roçar de asas amadas
*Romancista, contista, novelista e
poeta catarinense, residente em Brasília, autor de livros como “Olhos azuis –
ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo nos
domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava simpósios”, entre
outros.
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