Cristal
* Por Betha M. Costa
Havia ao peito danças e mil cores,
E músicas que hoje são distantes,
Eram festas do viver aos instantes,
Em que lavávamos d’alma as dores.
Correram muitas noites entanto,
Enquanto aos dias se intercalaram,
Solidão, pranto e desencanto,
Nas intempéries, amores murcharam...
Calaram-se vozes, não há luz acesa,
O puro e certo é agora duvidoso,
A vida perdeu encanto e surpresa!...
Frio, o coração, frágil cristal ocioso,
Apertado nas luvas do abandono,
Espatifa-se entre as mãos do dono...
* Escritora e poetisa
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