sábado, 3 de março de 2012







Oh valsa latejante

* Por Sérgio Milliet

Oh valsa latejante...

O poema que eu hei de escrever
Será nu e simplesmente rude
O poema que eu hei de escrever será um palavrão

Dor recalcada
Inveja mesquinha
Perversidades impotentes
Todo o fracasso e a sub-angústia

O espezinhamento usa batom

Mas tudo há de jorrar com ele
Numa amarga libertação...

O cacto com seus espinhos
Apertado entre as palmas da mão
É menos doloroso.

Oh valsa latejante...


• Escritor, pintor, poenta, ensaísta, crítico literário e de arte, sociólogo e tradutor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário