


Harmonia rege o universo
* Por Pedro J. Bondaczuk
* Por Pedro J. Bondaczuk
A mente do homem pode ser maravilhosa ou tétrica, dependendo onde ele coloca o seu empenho. Se em empreendimentos construtivos, ela engendra as artes, a filosofia, a ciência e a tecnologia. Desvenda o âmago dos átomos, para dali extrair energia. Abre as portas da natureza, com a chave do seu talento, para dali extrair abundância. Desenvolve remédios, que curam doenças e prolongam a vida. Troca um coração, com êxito, em seu semelhante e mapeia os genes, para curar enfermidades de pessoas ainda em estado fetal.
Constrói naves maravilhosas, como as duas Voyagers, que examinam de perto os planetas do Sistema Solar e revelam os seus segredos. Pode-se dizer, sem medo de equívoco, que não há nada que a mente humana não possa fazer, a não ser livrar o homem da sua morte.
Mas existe o outro lado da personalidade humana. Todos nós temos um pouco dessa dualidade. Somos todos, dependendo das circunstâncias, o "médico" e o "monstro". O que cura e o que mata. O que ajuda e o que explora. O amigo fraternal e desprendido e o adversário mais cruel e implacável.
Alguns conseguem dominar o instinto de fera que o ser humano, enquanto animal, possui, e se tornam santos. Outros, no entanto, sufocam a parte boa que possuem, cultivam a irascibilidade, o espírito de vingança, a cobiça desmedida e se tornam verdugos de seus semelhantes. Seres que todos desejariam ver pelas costas, quando não sepultados sob sete palmos de terra.
Estas considerações vêm a propósito do magnífico êxito da sonda Voyager 2 (mais do que aquele, há anos louvado, de sua "irmã gêmea", a Voyager 1, a esta altura viajando na imensidão cósmica, numa jornada sem fim), que está desvendando para o homem os mistérios da natureza. Alguns, evidentemente, já que o universo é um desafio permanente e infinito à mente desse misto de semideus e semimacaco, deste meio gênio e meia fera, desse ser contraditório e por isso mesmo fascinante, destinado a se perpetuar por milênios afora, mas que criou, com suas próprias mãos, a arma que o pode levar à destruição, enquanto espécie.
Como tudo seria mais fácil se este ente tão complexo conseguisse resolver suas contradições! Se pudesse acorrentar para sempre a besta que traz solta dentro de si, para ressaltar a sua genialidade! Se entendesse de vez que a lei que rege os astros, os mundos, as galáxias mais distantes e maiores se baseia na cooperação e não no conflito! No trabalho conjunto, não no isolamento suicida! Na harmonia, e não no caos!
(Artigo publicado na página 13, Internacional, do Correio Popular, em 23 de agosto de 1989).
Constrói naves maravilhosas, como as duas Voyagers, que examinam de perto os planetas do Sistema Solar e revelam os seus segredos. Pode-se dizer, sem medo de equívoco, que não há nada que a mente humana não possa fazer, a não ser livrar o homem da sua morte.
Mas existe o outro lado da personalidade humana. Todos nós temos um pouco dessa dualidade. Somos todos, dependendo das circunstâncias, o "médico" e o "monstro". O que cura e o que mata. O que ajuda e o que explora. O amigo fraternal e desprendido e o adversário mais cruel e implacável.
Alguns conseguem dominar o instinto de fera que o ser humano, enquanto animal, possui, e se tornam santos. Outros, no entanto, sufocam a parte boa que possuem, cultivam a irascibilidade, o espírito de vingança, a cobiça desmedida e se tornam verdugos de seus semelhantes. Seres que todos desejariam ver pelas costas, quando não sepultados sob sete palmos de terra.
Estas considerações vêm a propósito do magnífico êxito da sonda Voyager 2 (mais do que aquele, há anos louvado, de sua "irmã gêmea", a Voyager 1, a esta altura viajando na imensidão cósmica, numa jornada sem fim), que está desvendando para o homem os mistérios da natureza. Alguns, evidentemente, já que o universo é um desafio permanente e infinito à mente desse misto de semideus e semimacaco, deste meio gênio e meia fera, desse ser contraditório e por isso mesmo fascinante, destinado a se perpetuar por milênios afora, mas que criou, com suas próprias mãos, a arma que o pode levar à destruição, enquanto espécie.
Como tudo seria mais fácil se este ente tão complexo conseguisse resolver suas contradições! Se pudesse acorrentar para sempre a besta que traz solta dentro de si, para ressaltar a sua genialidade! Se entendesse de vez que a lei que rege os astros, os mundos, as galáxias mais distantes e maiores se baseia na cooperação e não no conflito! No trabalho conjunto, não no isolamento suicida! Na harmonia, e não no caos!
(Artigo publicado na página 13, Internacional, do Correio Popular, em 23 de agosto de 1989).
*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas). Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
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O que comprar:
Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista). – Preço: R$ 23,90.
Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro. – Preço: R$ 20,90.
Como comprar:
Pela internet – WWW.editorabarauna.com.br – Acessar o link “Como comprar” e seguir as instruções.
Em livraria – Em qualquer loja da rede de livrarias Cultura espalhadas pelo País.
Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista). – Preço: R$ 23,90.
Lance fatal (contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro. – Preço: R$ 20,90.
Como comprar:
Pela internet – WWW.editorabarauna.com.br – Acessar o link “Como comprar” e seguir as instruções.
Em livraria – Em qualquer loja da rede de livrarias Cultura espalhadas pelo País.
Podem rir...mas ainda acho que esse mundo seria
ResponderExcluirmais humano se fosse governado por mulheres...
Beijos
Pena que foi um texto curto. Quando estava engrenando acabou, mas trouxe duas coisas marcantes, lá nos idos da década de 1980: semideus e semimacaco. Sim, Pedro, a nossa dualidade nos tortura.
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