segunda-feira, 13 de setembro de 2010




Amarelinha

* Por Flora Figueiredo

Procuro o céu insistentemente
como toda gente jogando com a vida
como uma pedrinha na amarelinha.
De pulo em pulo,
um só pé no chão,
sinto a realidade.
A outra metade é sonho, ilusão.

Assim me equilibro
com dificuldade.
E se a pedra cai fora,
Então recomeço.
Se a pedra cai dentro,
Me ajeito e me apresso.
A meta é no alto
E de salto em salto
Disputo comigo.
Às vezes me alegro,
Às vezes me exalto.
Será que consigo?

* Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que4 traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.

2 comentários:

  1. Que lindo resgate de minha infância
    de moleca de rua e que não perdia
    uma amarelinha.
    Linda poesia.
    Abraços

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  2. O jogo-da-amarelinha sempre me fascinou, e também já escrevi sobre ele.Belo poema!
    Bjs

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