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Telegrafia e os erros de português
* Por José Calvino de Andrade Lima
Ultimamente estive em Gravatá, no centro da cidade, e percebi que o equívoco a respeito da grafia da palavra "ruças" é grande. A confusão começou há muito tempo, na época em que os telegrafistas das Estações de Gravatá e de Vitória de Santo Antão eram semi-analfabetos. Então quando o profissional da Estação de Vitória indagava sobre o tempo nas serras, seu colega de Gravatá informava, em Código Morse, que "as serras estão russas", isto é, "nevoentas", "ruças".
Com o tempo, surgiram comentários que o Código Morse, invento do século 19, foi o responsável pelo troca-troca, porque teria sido criado para ser usado em inglês. O telegrafista de Gravatá, não encontrando o cedilha, usou o "s" dobrado! Pura invencionice, dando surgimento a mais um barbarismo gramatical. Será que eles transmitiam "Estassão de Gravata" (o "ç" e o "á" acentuado constam naquele Código)?
A verdade é que muitos ferroviários não sabiam direito o alfabeto Morse. Aprenderam somente a licenciar trens através de números e prefixos. Quem foi profissional da arte da comunicação da velha telegrafia, particularmente do aparelho Morse, sabe disso... e sentiu com a despedida do invento que ocorreu através da televisão. Foi um adeus pobre, frio e mais que breve. O incrível computador disse ao Morse: "Vai-te embora, ninguém mais precisa de ti. Fizeram-me tomar o teu lugar. Sou eu, agora, o mágico da comunicação. Adeus e boa viagem". Isso aconteceu à noite de 31 de dezembro de 1997, numa cena rápida (sic).
Nos anos 50, eu era praticante de telegrafia na então estação do Arrayal (Casa Amarela). Aprendi telegrafia com o meu pai, que era chefe da referida Estação. Para um estudo mais detalhado, o alfabeto Morse consta no livro de minha autoria, Trem Fantasma.
* Formado em comunicações internacionais, escritor, teatrólogo, poeta, compositor, membro da União Brasileira de Escritores, UBE-PE e rei do Maracatu Barco Virado. Como escritor e poeta, tem trabalhos publicados nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco e em vários sites... Tem 11 títulos publicados, todas edições esgotadas. Em 2007, integrou-se nas Antologias (Poetas Independentes).
* Por José Calvino de Andrade Lima
Ultimamente estive em Gravatá, no centro da cidade, e percebi que o equívoco a respeito da grafia da palavra "ruças" é grande. A confusão começou há muito tempo, na época em que os telegrafistas das Estações de Gravatá e de Vitória de Santo Antão eram semi-analfabetos. Então quando o profissional da Estação de Vitória indagava sobre o tempo nas serras, seu colega de Gravatá informava, em Código Morse, que "as serras estão russas", isto é, "nevoentas", "ruças".
Com o tempo, surgiram comentários que o Código Morse, invento do século 19, foi o responsável pelo troca-troca, porque teria sido criado para ser usado em inglês. O telegrafista de Gravatá, não encontrando o cedilha, usou o "s" dobrado! Pura invencionice, dando surgimento a mais um barbarismo gramatical. Será que eles transmitiam "Estassão de Gravata" (o "ç" e o "á" acentuado constam naquele Código)?
A verdade é que muitos ferroviários não sabiam direito o alfabeto Morse. Aprenderam somente a licenciar trens através de números e prefixos. Quem foi profissional da arte da comunicação da velha telegrafia, particularmente do aparelho Morse, sabe disso... e sentiu com a despedida do invento que ocorreu através da televisão. Foi um adeus pobre, frio e mais que breve. O incrível computador disse ao Morse: "Vai-te embora, ninguém mais precisa de ti. Fizeram-me tomar o teu lugar. Sou eu, agora, o mágico da comunicação. Adeus e boa viagem". Isso aconteceu à noite de 31 de dezembro de 1997, numa cena rápida (sic).
Nos anos 50, eu era praticante de telegrafia na então estação do Arrayal (Casa Amarela). Aprendi telegrafia com o meu pai, que era chefe da referida Estação. Para um estudo mais detalhado, o alfabeto Morse consta no livro de minha autoria, Trem Fantasma.
* Formado em comunicações internacionais, escritor, teatrólogo, poeta, compositor, membro da União Brasileira de Escritores, UBE-PE e rei do Maracatu Barco Virado. Como escritor e poeta, tem trabalhos publicados nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco e em vários sites... Tem 11 títulos publicados, todas edições esgotadas. Em 2007, integrou-se nas Antologias (Poetas Independentes).
Interessante essa particularidade, e não deixa
ResponderExcluirde ser divertida a confusão que fizeram.
Tens muita história pra contar amigo.
Beijos
Quanto mistério há em códigos secretos para os não iniciados. O obscuro sugere magia e até há quem imagine algo diabólico. Meu ex-sogro - já falecido- trabalhou 25 anos na FAB no setor de radiotelegrafia(ou algo semelhante) em aviões.
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