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O velho Messias
* Por Clóvis Campêlo
O velho Messias morava no Pina, em um cortiço chamado Estoril, na Rua Capitão Rebelinho, que no início dos anos 80 foi demolido para a construção do Edifício Ubatuba.
Era uma figura fantástica. Lanterneiro competente, durante a II Guerra Mundial ganhou muito dinheiro trabalhando para os americanos, no Recife. Gastou tudo com bebidas e mulheres. Costumava dizer que boêmia era tão boa que era de regresso.
A sua história mais fantástica aconteceu durante a Intentona Comunista, na década de 30. Messias trabalhava numa oficina na Rua Imperial, quando um dos fregueses pediu-lhe para guardar um pacote. O pacote, repleto de panfletos subversivos, foi descoberto. Mesmo inocente, Messias foi preso e fichado como comunista.
A partir dessa data, aderiu à ideologia. Passou a andar sempre vestido de branco, com um lenço vermelho na lapela.
Quando do golpe militar de 1964, já envelhecido, foi novamente perseguido e discriminado pelos amigos do bairro, que temiam represálias do governo da ditadura. Pobre, doente e desamparado, faleceu no Recife, final dos anos 70. A fotografia acima foi feita por tempo antes da sua morte.
* Jornalista e poeta do Recife/PE
* Por Clóvis Campêlo
O velho Messias morava no Pina, em um cortiço chamado Estoril, na Rua Capitão Rebelinho, que no início dos anos 80 foi demolido para a construção do Edifício Ubatuba.
Era uma figura fantástica. Lanterneiro competente, durante a II Guerra Mundial ganhou muito dinheiro trabalhando para os americanos, no Recife. Gastou tudo com bebidas e mulheres. Costumava dizer que boêmia era tão boa que era de regresso.
A sua história mais fantástica aconteceu durante a Intentona Comunista, na década de 30. Messias trabalhava numa oficina na Rua Imperial, quando um dos fregueses pediu-lhe para guardar um pacote. O pacote, repleto de panfletos subversivos, foi descoberto. Mesmo inocente, Messias foi preso e fichado como comunista.
A partir dessa data, aderiu à ideologia. Passou a andar sempre vestido de branco, com um lenço vermelho na lapela.
Quando do golpe militar de 1964, já envelhecido, foi novamente perseguido e discriminado pelos amigos do bairro, que temiam represálias do governo da ditadura. Pobre, doente e desamparado, faleceu no Recife, final dos anos 70. A fotografia acima foi feita por tempo antes da sua morte.
* Jornalista e poeta do Recife/PE
O velho Messias trouxe à tona as lembranças
ResponderExcluirde meu avô que se foi com 101 anos.
Analfabeto foi preso colando panfletos
pela cidade, apanhou bastante até que se
convenceram de que ele não tinha idéia do
que estava fazendo.
Depois disso dentro de seu universo cultural, passou a enxergar o Estado com antipatia.
Abraços