

Terra mulher
* Por Talis Andrade
Encosta o ouvido
no morno ventre
da Mãe Terra.
Interpreta os sons
que vêm de suas entranhas:
os mais doloridos lamentos,
as mais recônditas vozes
de conspirações
e conluios malditos.
Se apurares
os endurecidos ouvidos
auscultarás cantos e acalantos.
Se as entranhas da Mãe Terra
abrem-se em tremores,
vertendo cinza e lava,
podem, generosamente,
manar a seiva de inebriantes flores,
e paradisíacos rios de leite e mel.
A terra é mulher. Sempre.
Se queres sentir
o cheiro fresco do verde,
o doce gosto de chuva.
Se teu sexo anseia
arranhar-lhe o ventre,
arando a vida -
se tuas mãos
cavar-lhe o útero
onde a semente
será jogada,
onde a semente
encontrará abrigo.
Sejas amiga. Sejas amigo. Sempre.
Porque quando teu corpo
não mais te servir,
a Terra Mãe te desobrigará
de tão enfadonha
pesada carga.
(Do livro “Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
* Por Talis Andrade
Encosta o ouvido
no morno ventre
da Mãe Terra.
Interpreta os sons
que vêm de suas entranhas:
os mais doloridos lamentos,
as mais recônditas vozes
de conspirações
e conluios malditos.
Se apurares
os endurecidos ouvidos
auscultarás cantos e acalantos.
Se as entranhas da Mãe Terra
abrem-se em tremores,
vertendo cinza e lava,
podem, generosamente,
manar a seiva de inebriantes flores,
e paradisíacos rios de leite e mel.
A terra é mulher. Sempre.
Se queres sentir
o cheiro fresco do verde,
o doce gosto de chuva.
Se teu sexo anseia
arranhar-lhe o ventre,
arando a vida -
se tuas mãos
cavar-lhe o útero
onde a semente
será jogada,
onde a semente
encontrará abrigo.
Sejas amiga. Sejas amigo. Sempre.
Porque quando teu corpo
não mais te servir,
a Terra Mãe te desobrigará
de tão enfadonha
pesada carga.
(Do livro “Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
Lindo Talis...
ResponderExcluirFalou ao coração e respingou
na alma.
Parabéns.
Abraços
Meu Deus!!!!!!Mas este poema é uma obra-prima. De arrepiar! Se todos vissem a Terra com este carinho, com este amor, hoje ela não estaria tão destruida como está.
ResponderExcluirEste poema é para ser lido em praça pública, no Viaduto do Chá, para que todos o ouçam.
Que orgulho nos dá publicar textos onde figura um Poeta com esta dimensão.
Abraços emocionados