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Menina de cachos
* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral
Ela seguia pelo mesmo caminho todos os dias. Os cabelos penteados impecavelmente caiam em cachos pelas suas costas, o vestido era novo e um pirulito na boca. Não fazia o trajeto sozinha, seu irmão e fiel escudeiro a acompanhava religiosamente.
Um moço, de rosto pálido e olhos pequenos, acompanhava seus passos, dia a dia, criteriosamente. Espiava-a pelas frestas do muro. Mas, ainda não era o momento, contentava-se em se masturbar pensando nela. Toda vez que a via tinha sempre o mesmo pesadelo, mas só conseguia se lembrar de seus olhos arregalados e da pedra grande.
Outros dias se passaram. Hoje ela está diferente, os cachos estão escondidos embaixo do capuz, mas seu rosto de anjo brilha na chuva. O irmão se exalta numa discussão no celular, pede que ela o espere enquanto termina o assunto no telefone.
Ele não teria outra oportunidade, aproveitando-se da sua distração, puxa-a para dentro do terreno e com a mão em sua boca, implora para que não grite. Sem ação, ela fica apática sem nada entender. O moço treme de emoção antegozando seus momentos de prazer.
Com o coração na boca, estimula seu sexo, e a deita no chão, abrindo-lhe as pernas. No afã de sua luxúria doentia, nem percebeu que havia sido seguido por um grupo de pessoas. Desesperado, viu o objeto do seu desejo ser levado embora, enquanto suas mãos e pés eram amarrados. Do outro lado do muro, no colo do irmão, a menina de cachos adormecia, nem ouviu o baque surdo da pedra.
* Poetisa e colaboradora do Literário
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* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral
Ela seguia pelo mesmo caminho todos os dias. Os cabelos penteados impecavelmente caiam em cachos pelas suas costas, o vestido era novo e um pirulito na boca. Não fazia o trajeto sozinha, seu irmão e fiel escudeiro a acompanhava religiosamente.
Um moço, de rosto pálido e olhos pequenos, acompanhava seus passos, dia a dia, criteriosamente. Espiava-a pelas frestas do muro. Mas, ainda não era o momento, contentava-se em se masturbar pensando nela. Toda vez que a via tinha sempre o mesmo pesadelo, mas só conseguia se lembrar de seus olhos arregalados e da pedra grande.
Outros dias se passaram. Hoje ela está diferente, os cachos estão escondidos embaixo do capuz, mas seu rosto de anjo brilha na chuva. O irmão se exalta numa discussão no celular, pede que ela o espere enquanto termina o assunto no telefone.
Ele não teria outra oportunidade, aproveitando-se da sua distração, puxa-a para dentro do terreno e com a mão em sua boca, implora para que não grite. Sem ação, ela fica apática sem nada entender. O moço treme de emoção antegozando seus momentos de prazer.
Com o coração na boca, estimula seu sexo, e a deita no chão, abrindo-lhe as pernas. No afã de sua luxúria doentia, nem percebeu que havia sido seguido por um grupo de pessoas. Desesperado, viu o objeto do seu desejo ser levado embora, enquanto suas mãos e pés eram amarrados. Do outro lado do muro, no colo do irmão, a menina de cachos adormecia, nem ouviu o baque surdo da pedra.
* Poetisa e colaboradora do Literário
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Texto competente e bem-escrito abordando tema dos mais delicados no qual muitos escritores experientes tropeçam. Parabéns, querida poetisa. Você está cada vez melhor!
ResponderExcluirÉ assustador saber que um psicopata pode estar a espreita e num segundo quebrar o biscuit: a menininha linda e bem olhada. Ainda bem que uma tragédia pôde ser evitada. Narrativa segura que tirou o fôlego e deu um nó na garganta. Depois veio o necessário alívio.
ResponderExcluirMeus queridos Pedro e Mara sempre
ResponderExcluirtão generosos comigo.
beijos no coração.
Continue firme, Nubia! Parabéns pelo texto conciso e preciso na narrativa. Beijo daqui
ResponderExcluirO fim digno de um pedófilo. Pena que, na realidade, eles ainda escapem ao merecido castigo. Pau neles!
ResponderExcluirCacá e Daniel...falar o quê?
ResponderExcluirObrigado pelo carinho.
Fiquem tranquilos, com o apoio
de vocês sigo mais firme do que nunca.
Beijos