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Vi porque as janelas estavam abertas
* Por Seu Pedro
São seis horas. O céu já claro e, claro, eu acordado. As janelas de minha sala de trabalho abertas e, por elas, aprecio a volta dos que foram até a praça virar o ano. Alguns e algumas, certamente valeram-se da escuridão na celebração desta célebre noite e os olhares estiveram voltados para os céus, onde espocaram fogos pirotécnicos barulhentos e coloridos, acrescentando às suas emoções uma virada a mais. Mas são seis horas e dez minutos; hora de iniciar esta crônica e tomar um café já meio esfriado na garrafa térmica. Já se foram uma década de minutos!
Mas como lhes digo, lá vinha um casal e eu sem nenhum prazer de vê-lo, via! Impulsionado por minha curiosidade, natural em seres normais, os meus olhares testemunharam um quase ato de sexo em plena luz do dia e em via pública. Ficou no quase, pois saído de uma esquina o carro preto, ocupado por um bando de adolescente e certamente dirigido por um deles bêbado, com uma forte buzinada e uma cantada de pneus espantou o casal. Pelo comportamento, pareciam sentir prazer em ser vistos.
O procedimento do homem quase nunca é convencional, ainda mais em fins de festa, quando as imaginações se fertilizam, a vergonha fica menor, o medo parece fugir. Só quando eu me encontrar com ele na morada eterna, o que talvez aconteça em breve, poderei perguntar a Sigmund Freud o que levou aquele casal ter esperado a luz do dia para que pudesse acontecer o que é mais natural à noite.
Tenho lido livros de psicanálise e confesso que em neles consigo explicações. Estimulo ao prazer, falta de outro local, sem dinheiro para recorrer ao motel, sem-vergonhice, ou loucuras de amor? Como popularmente se diz: “Só Freud explica!”.
E pensar que eu, que acordo de madrugada para respirar o ar da manhã, buscando inspirações para meus textos, fortuitamente fui plenamente inspirado nesta primeira crônica do ano. O casal ia de encontro à lei, a lei foi criada pelo homem, se os “homens” flagram aquele momento?
O casal iria conhecer a lei ou os “homens” iriam conhecer a carteira de dinheiro do homem? Diante de um recheio de dúvidas, já passam das sete horas, parei para passar manteiga no pão dormido, afinal o padeiro também merece revellion. E conclui que o melhor é não abrir as janelas.
* Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
* Por Seu Pedro
São seis horas. O céu já claro e, claro, eu acordado. As janelas de minha sala de trabalho abertas e, por elas, aprecio a volta dos que foram até a praça virar o ano. Alguns e algumas, certamente valeram-se da escuridão na celebração desta célebre noite e os olhares estiveram voltados para os céus, onde espocaram fogos pirotécnicos barulhentos e coloridos, acrescentando às suas emoções uma virada a mais. Mas são seis horas e dez minutos; hora de iniciar esta crônica e tomar um café já meio esfriado na garrafa térmica. Já se foram uma década de minutos!
Mas como lhes digo, lá vinha um casal e eu sem nenhum prazer de vê-lo, via! Impulsionado por minha curiosidade, natural em seres normais, os meus olhares testemunharam um quase ato de sexo em plena luz do dia e em via pública. Ficou no quase, pois saído de uma esquina o carro preto, ocupado por um bando de adolescente e certamente dirigido por um deles bêbado, com uma forte buzinada e uma cantada de pneus espantou o casal. Pelo comportamento, pareciam sentir prazer em ser vistos.
O procedimento do homem quase nunca é convencional, ainda mais em fins de festa, quando as imaginações se fertilizam, a vergonha fica menor, o medo parece fugir. Só quando eu me encontrar com ele na morada eterna, o que talvez aconteça em breve, poderei perguntar a Sigmund Freud o que levou aquele casal ter esperado a luz do dia para que pudesse acontecer o que é mais natural à noite.
Tenho lido livros de psicanálise e confesso que em neles consigo explicações. Estimulo ao prazer, falta de outro local, sem dinheiro para recorrer ao motel, sem-vergonhice, ou loucuras de amor? Como popularmente se diz: “Só Freud explica!”.
E pensar que eu, que acordo de madrugada para respirar o ar da manhã, buscando inspirações para meus textos, fortuitamente fui plenamente inspirado nesta primeira crônica do ano. O casal ia de encontro à lei, a lei foi criada pelo homem, se os “homens” flagram aquele momento?
O casal iria conhecer a lei ou os “homens” iriam conhecer a carteira de dinheiro do homem? Diante de um recheio de dúvidas, já passam das sete horas, parei para passar manteiga no pão dormido, afinal o padeiro também merece revellion. E conclui que o melhor é não abrir as janelas.
* Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
A melhor parte desses encontros fortuitos
ResponderExcluiré o flerte e a não consumação tão óbvia...
Abraços seu Pedro.
Feliz Ano Novo