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Literatura infantil
Caríssimo leitor, boa tarde. Aproveite bem esta sexta-feira 13, principalmente após o trabalho. Não a encare como “dia de azar”, porquanto esse tipo de superstição é uma tremenda tolice. Saia, converse com os amigos, espaireça e deixe para trás as eventuais frustrações e problemas não resolvidos da semana. Em contrapartida, valorize os sucessos e alegrias que teve, partilhe-os com os amigos, sorria e sinta-se feliz, espalhando sua felicidade ao seu redor. Verá que ela é “contagiosa”.
Mas não é este, exatamente, o assunto que lhe trago hoje. O próprio título deste editorial revela o tema que o convido a refletir comigo: literatura infantil. Já escrevi a respeito, mas nunca é demais repetir.
Muitos torcem o nariz quando o assunto se refere a histórias para crianças. Todavia, não há público mais exigente e, simultaneamente, mais fiel do que este. Ao escritor compete a difícil tarefa de interessá-lo no seu texto, torná-lo cúmplice, fazer com que mergulhe de cabeça na leitura e, além de aprender alguma coisa, se divirta.
Não é qualquer um que consegue essa façanha. Já tentei fazer literatura infantil e dei com os burros n’água, ou seja, fracassei. Não é a minha praia. Daí minha sincera admiração e meu profundo respeito pelos que contam com este talento.
Ao contrário de livros para adultos, em que não se precisa pensar na idade dos que os irão ler, quando se trata de uma história para crianças, deve-se atentar para a faixa etária do potencial leitor. O nível de compreensão de um menininho ou menininha de quatro anos, por exemplo, não é, obviamente, o mesmo de um que tenha seis, oito ou dez anos. Há escritor que se especializa em cada uma dessas faixas. E quase sempre se dá bem. Público para consumir seus livros é que não falta.
Aquilo que no tempo em que eu era criança era destinado a quem tivesse seis anos, hoje é voltado à turminha menor, “mais verde”, a das creches, ou seja, ao pessoal de dois a quatro anos. Muitos dos que integram essa faixa (se não todos), já estão alfabetizados. A alfabetização é cada dia mais precoce. Não faço juízo de valor sobre se isso é bom ou ruim, pois não sou psicólogo. Minha intuição, porém, cochicha-me no ouvido que isso é ótimo.
A minha geração é anterior ao advento da televisão. Computador, então, nem pensar. Hoje, surpreendo-me com as observações do meu neto mais velho, que já compreende coisas que só vim a compreender com o dobro da sua idade.
Há pérolas da literatura infantil que são atemporais, que encantaram meus avós e hoje encantam meus netos. São os casos, entre outros, dos livros de histórias de Andersen, de Grimm e de tantos e tantos outros. Mas quando se fala nesse gênero, não se pode esquecer, jamais, desse mágico das letras nacionais, que foi Monteiro Lobato.
Há, hoje, uma infinidade de ótimos escritores para essa faixa etária. Não citarei nenhum, obviamente, por receio de cometer injustiças (e cometeria, certamente, dada, felizmente, a imensa quantidade deles). São essas pessoas talentosas que estão preparando nossos leitores do futuro. Prestam-nos, portanto, inestimável serviço e é mister que os homenageemos, mesmo que com o mero reconhecimento da sua importância e valor.
Foram os escritores de literatura infantil do nosso tempo que nos despertaram o gosto pelas letras. “Viajamos” para mundos distantes nas asas da sua imaginação. Podemos (e devemos), portanto, atribuir-lhes pelo menos uma parte (a outra fica por conta dos nossos professores) da responsabilidade de termos nos tornado escritores.
Tenho por critério valorizar em grau maior quem faz o que não consigo fazer. Não que não valorize os que fazem o que também faço. Não é isso. Mas é óbvio que meu respeito e minha admiração pelos que me superam nesse aspecto, até por questão de lógica, são superlativos. E como não demonstro a menor aptidão para a literatura infantil.... Tenho esse pessoal na mais alta conta. Creio que você, caro leitor, também o tenha. Se não tem, deveria ter.
Boa leitura.
O Editor.
Caríssimo leitor, boa tarde. Aproveite bem esta sexta-feira 13, principalmente após o trabalho. Não a encare como “dia de azar”, porquanto esse tipo de superstição é uma tremenda tolice. Saia, converse com os amigos, espaireça e deixe para trás as eventuais frustrações e problemas não resolvidos da semana. Em contrapartida, valorize os sucessos e alegrias que teve, partilhe-os com os amigos, sorria e sinta-se feliz, espalhando sua felicidade ao seu redor. Verá que ela é “contagiosa”.
Mas não é este, exatamente, o assunto que lhe trago hoje. O próprio título deste editorial revela o tema que o convido a refletir comigo: literatura infantil. Já escrevi a respeito, mas nunca é demais repetir.
Muitos torcem o nariz quando o assunto se refere a histórias para crianças. Todavia, não há público mais exigente e, simultaneamente, mais fiel do que este. Ao escritor compete a difícil tarefa de interessá-lo no seu texto, torná-lo cúmplice, fazer com que mergulhe de cabeça na leitura e, além de aprender alguma coisa, se divirta.
Não é qualquer um que consegue essa façanha. Já tentei fazer literatura infantil e dei com os burros n’água, ou seja, fracassei. Não é a minha praia. Daí minha sincera admiração e meu profundo respeito pelos que contam com este talento.
Ao contrário de livros para adultos, em que não se precisa pensar na idade dos que os irão ler, quando se trata de uma história para crianças, deve-se atentar para a faixa etária do potencial leitor. O nível de compreensão de um menininho ou menininha de quatro anos, por exemplo, não é, obviamente, o mesmo de um que tenha seis, oito ou dez anos. Há escritor que se especializa em cada uma dessas faixas. E quase sempre se dá bem. Público para consumir seus livros é que não falta.
Aquilo que no tempo em que eu era criança era destinado a quem tivesse seis anos, hoje é voltado à turminha menor, “mais verde”, a das creches, ou seja, ao pessoal de dois a quatro anos. Muitos dos que integram essa faixa (se não todos), já estão alfabetizados. A alfabetização é cada dia mais precoce. Não faço juízo de valor sobre se isso é bom ou ruim, pois não sou psicólogo. Minha intuição, porém, cochicha-me no ouvido que isso é ótimo.
A minha geração é anterior ao advento da televisão. Computador, então, nem pensar. Hoje, surpreendo-me com as observações do meu neto mais velho, que já compreende coisas que só vim a compreender com o dobro da sua idade.
Há pérolas da literatura infantil que são atemporais, que encantaram meus avós e hoje encantam meus netos. São os casos, entre outros, dos livros de histórias de Andersen, de Grimm e de tantos e tantos outros. Mas quando se fala nesse gênero, não se pode esquecer, jamais, desse mágico das letras nacionais, que foi Monteiro Lobato.
Há, hoje, uma infinidade de ótimos escritores para essa faixa etária. Não citarei nenhum, obviamente, por receio de cometer injustiças (e cometeria, certamente, dada, felizmente, a imensa quantidade deles). São essas pessoas talentosas que estão preparando nossos leitores do futuro. Prestam-nos, portanto, inestimável serviço e é mister que os homenageemos, mesmo que com o mero reconhecimento da sua importância e valor.
Foram os escritores de literatura infantil do nosso tempo que nos despertaram o gosto pelas letras. “Viajamos” para mundos distantes nas asas da sua imaginação. Podemos (e devemos), portanto, atribuir-lhes pelo menos uma parte (a outra fica por conta dos nossos professores) da responsabilidade de termos nos tornado escritores.
Tenho por critério valorizar em grau maior quem faz o que não consigo fazer. Não que não valorize os que fazem o que também faço. Não é isso. Mas é óbvio que meu respeito e minha admiração pelos que me superam nesse aspecto, até por questão de lógica, são superlativos. E como não demonstro a menor aptidão para a literatura infantil.... Tenho esse pessoal na mais alta conta. Creio que você, caro leitor, também o tenha. Se não tem, deveria ter.
Boa leitura.
O Editor.
Até me comunico bem com crianças na faixa de seis a oito anos, pois converso com muitos deles no consultório. Mas não sei escrever para elas não. Noto que a cada dia elas ficam mais sabidas e têm uma surpreendente compreensão do mundo. Vejo também uma alfabetização a cada dia mais precoce, devido a televisão. Ela alfabetizou meu filho aos 3 anos e 5 meses. Ele começou a ler de uma hora para outra, sem ninguém ensiná-lo uma letra que fosse. A TV já tinha feito isso. Nasceu em 1º de março de 1984 e leu "UNIMED Montes Claros" em 5 de agosto de 1987. Quase desmaiei de susto. Mas essa habilidade aparente sugerindo uma superdotação não mais aconteceu. De um modo geral estou vendo meninos alfabetizados com grande frequência aos 5 anos. Com dois a quatro anos, como você escreveu, eu não tenho visto não.
ResponderExcluirÉ grande o consumo de literatura infantil no país, mas, se as crianças lêem, deveriam assim prosseguir na vida adulta, o que já não acontece. Por que será? Depois dos ingleses, somos os que mais escrevem para crianças e ganhamos muitos premios com isso, inclusive dois 'Nobel' da Dinamarca, o Hans Christian Andersen.
ResponderExcluirBoa tarde
ResponderExcluirEscrevi muitas histórias para crianças quando ainda era uma...pena não poder avaliar pois tudo foi perdido. Não voltei a escrever para elas, mas adoro inventar histórias, só falta colocar no papel.
beijos
Núbia