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Identidade
* Por Fabiana Bórgia
Eu perdi não só o meu amor
Mas também o que sou
Não sei mais o que quero
Não sei o que devo fazer
Não sei o que vai acontecer
Não sei mais nada
Nem mesmo sei o que sinto
Pior ainda é estar num fim de mundo
Onde tudo o que você tem é você
Mas você não sabe quem é
Está perdida
Sonhos passam
E quando você acorda
Tudo tornou-se amargo demais
Como se a vida risse da sua cara
E lhe esfrega as ilusões como um delírio
Que nunca existiu
Como se você não passasse de uma grande mentira
Eu como, eu durmo, eu acordo
Eu estou sempre acordada
Eu sobrevivo
Tomo meu banho
Visto uma roupa qualquer
Já estou pronta
As pessoas sabem, mas nem desconfiam
Do tamanho do sofrimento
A única coisa que sei
É a tristeza que sinto
A agonia da minha alma
O meu luto que não acaba
A minha falta de estímulo
A sua falta
O meu tédio
O meu ódio
A minha sombra
A solidão
E vontade de morrer todos os dias
Mas, apesar de tudo... eu existo
E isso é suficiente.
* Poetisa e advogada, fazendo especialização em Leitura e Produção Textual, autora do livro “Traços de Personalidade”
* Por Fabiana Bórgia
Eu perdi não só o meu amor
Mas também o que sou
Não sei mais o que quero
Não sei o que devo fazer
Não sei o que vai acontecer
Não sei mais nada
Nem mesmo sei o que sinto
Pior ainda é estar num fim de mundo
Onde tudo o que você tem é você
Mas você não sabe quem é
Está perdida
Sonhos passam
E quando você acorda
Tudo tornou-se amargo demais
Como se a vida risse da sua cara
E lhe esfrega as ilusões como um delírio
Que nunca existiu
Como se você não passasse de uma grande mentira
Eu como, eu durmo, eu acordo
Eu estou sempre acordada
Eu sobrevivo
Tomo meu banho
Visto uma roupa qualquer
Já estou pronta
As pessoas sabem, mas nem desconfiam
Do tamanho do sofrimento
A única coisa que sei
É a tristeza que sinto
A agonia da minha alma
O meu luto que não acaba
A minha falta de estímulo
A sua falta
O meu tédio
O meu ódio
A minha sombra
A solidão
E vontade de morrer todos os dias
Mas, apesar de tudo... eu existo
E isso é suficiente.
* Poetisa e advogada, fazendo especialização em Leitura e Produção Textual, autora do livro “Traços de Personalidade”
O fim é indesejado, e quando acontece arrasa. O luto não é necessário, mas vem forte, derrubando castelos reais ou não. Não faltarão amigos para adverti-la: "saia dessa logo, a vida continua". Disso sabemos, e quando chegar a hora, voltaremos a ser normais e não apenas zumbis. O poema expôs uma alma atormentadíssima, em chaga viva. Muitas sabem o que vem a ser isso. Felicito-a pelos versos e pela coragem.
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