quarta-feira, 13 de maio de 2009


Escrever bem

O que qualifica um escritor e o torna bem-sucedido neste campo minado que é a literatura? “Escrever bem”, responderão os mais afoitos. Certo? Errado! Ou, pelo menos, incompleto.
É verdade que se trata, até, de uma obrigação do escritor o “escrever bem”. Todavia, há muitas pessoas com redações primorosas, absolutamente corretas quanto à linguagem empregada, sem erros de grafia e nem gramaticais, com textos claros e concisos e que, no entanto, não são escritoras. Redigem com perícia documentos, cartas, bilhetes etc., mas não têm estofo, conhecimentos e, sobretudo, criatividade para produzir um livro.
Muita gente já se sentiu terrivelmente frustrada com isso. Há quem se destaque nos tempos de escola por excelentes redações. É elogiado por professores, parentes, amigos e até por desafetos e entende que apenas isso lhe baste para o qualificar como escritor.
Quando se propõe, porém, a escrever um livro, não importa de que gênero, não sai nada. Não é a sua “seara”. O leitor, certamente, conhece inúmeros casos desse tipo. De meras “promessas” que nunca se consolidam, convenhamos, o mundo está repleto. E não somente em Literatura, como em todas as atividades da vida.
Para ser escritor, requer-se, sim, as virtudes de quem “escreve bem”: correção vocabular e gramatical, clareza e concisão, entre outras. Mas as exigências não param por aí. E nem basta, apenas, o talento, que pode (e na maioria das vezes é) suprido pelo esforço, dedicação, autodisciplina, exaustivo treinamento etc.etc.etc.
Claro que as características de um bom escritor não são tão simples a ponto de se poder resumi-las em algumas linhas, ou mesmo em vários parágrafos. Como se trata da nossa profissão, abordaremos, amiúde, o tema, até como provocação para gerar os tão sonhados debates que ainda não tivemos no Literário.
Mas que fique explicitado que, apenas “escrever bem”, não qualifica ninguém para essa atividade, caso a pessoa não tenha outras tantas virtudes, inatas ou adquiridas.

Boa leitura.

O Editor.

Um comentário:

  1. Muito bom, Pedro. Como dizia O Pasquim, "lúcido e inserido no contexto". Não demore por favor na continuação.

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