Bagagem
*
Por Flora Figueiredo
Arrumo
a valise para a partida.
É bagagem de pouco peso
porque vai desprovida de vaidade.
Sonhos moldam-se aos
espaços disponíveis;
o resto são afetos e saudades.
É bagagem de pouco peso
porque vai desprovida de vaidade.
Sonhos moldam-se aos
espaços disponíveis;
o resto são afetos e saudades.
Dispenso
cadeado:
Sentimento não é coisa para se roubar.
Tampouco colo etiquetas,
já que as curvas do meu caminho
nem eu mesma sei onde vão dar.
Sentimento não é coisa para se roubar.
Tampouco colo etiquetas,
já que as curvas do meu caminho
nem eu mesma sei onde vão dar.
Uma
flor no cabelo,
uma reza no peito,
a cruz companheira,
saio de alma lavada à procura de mim.
Guardo nos olhos as cenas que vivi
e parto em busca de uma tarde de rubi.
uma reza no peito,
a cruz companheira,
saio de alma lavada à procura de mim.
Guardo nos olhos as cenas que vivi
e parto em busca de uma tarde de rubi.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário